A orla de João Pessoa está repleta de gente. Torna-se evidente que a orla precisa de um projeto para requalificá-la, redimensioná-la e ampliá-la.
A orla é o local preferido tanto de moradores quanto de turistas. É o recanto mais agradável da cidade, de beleza cênica indiscutível. Contemplar o mar, sentir a brisa benfazeja, cura até vontade suicida. É comum famílias passarem o dia na sombra dos coqueiros em vilegiatura. Nossa orla precisa de mais oásis de coqueiros, de mais sombras, para que o verde impacte e predomine cada vez mais. A visão do mar deve ser desembaraçada da presença de carros estacionados; quiosques e restaurantes devem ser relocados; mirantes nos altiplanos transformam-se em pontos turísticos, gerando emprego e renda; áreas vazias e ainda preservadas devem ser desapropriadas para uso comum do povo.
Com vocação náutica, a orla da grande João Pessoa necessita de rampas públicas para subida e descida de embarcações. A ciclovia deve seguir entre as sombras de árvores e coqueiros, como convém às cidades tropicais. Uma ciclovia intermunicipal ao longo do litoral, do Seixas até o Dique de Cabedelo seria bem-vinda. Turistas e moradores poderiam deslocar-se de bicicleta admirando praias espetaculares, em momentos extasiantes.
As coisas de graça são de Deus. A praia é uma delas. É democrática. Todos usufruem dela. É nela que as pessoas buscam, indistintamente, a natureza, a paz e até a felicidade.
João Pessoa poderia se espelhar em Aracaju. Lá houve a execução de um projeto integral para a orla, ampliando espaços que serve de modelo para qualquer cidade litorânea. Foram construídos playgrounds, monumentos, ciclovias, estátuas de personalidades, mirantes, quadras de esportes, pistas de skate, de “cooper”, oceanário, centro para artes e cultura, passarela do artesão, espaços para educação ambiental etc.
Nossa orla foi pensada quando a cidade possuía poucos habitantes. Não havia recomendações médicas para a prática de exercícios físicos, hoje considerados como remédios. As calçadas são estreitas e, em determinados horários, a multidão embaraça a mobilidade. Praticantes de “cooper” invadem as ciclovias, causando riscos de acidentes, inclusive fatais, como já ocorreu.
Está na hora de um projeto estrutural, paisagístico-utilitário-ambiental, através de um concurso público, que possa extrair, ao máximo, as possibilidades do nosso belo litoral, precedido de ampla discussão, inclusive, com preocupações ecológicas.
Valério Bronzeado
Jornalista - Febtur - Paraíba
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