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O Vinho, Néctar dos deuses ou embalo da humanidade


Não somente na antiguidade, mas até hoje são várias as teorias com respeito à origem do vinho, bebida que, internacionalmente, rivaliza – de certo modo – com a cerveja e o chá, como a bebida mais eleita por todos os povos. Até hoje, no entanto, citações divergem, mas a verdade é que o vinho não é uma bebida surgida em tempos próximos, mas acontece praticamente desde que a civilização se incorporou à vida no globo terrestre.

O fato é que não se conhece precisamente onde teve início a produção do vinho, conquanto historiadores sugiram, dentre tantas versões - ter sido na China, Geórgia e Irã, em 6.000 a 5.000 a.C., essas poderiam ter sido as localizações do começo de tudo. Mas há ainda uma outra teoria, a qual indica que poderia ter sido o início do vinho em outras partes, até porque se descobriu jarras de cerâmica que contariam com micronutrientes de vinho em locais como áreas mediterrâneas de 5400 a.C. a 3.000 a.C. O fato é que vai-se ver adiante, inclusive, de que foi na Grécia e Roma antigas locais em que a produção do vinho se expandiu por toda a Europa.

No entanto, são muitas as versões.

A verdade é que as primeiras notícias do consumo do vinho demandam, em verdade, da época do Velho Testamento, bem assim da Antiguidade Clássica. Chega-se mesmo a até misturar o aparecimento do vinho com a própria história da civilização humana. Até porque, com o aparecimento das garrafas e das rolhas, que ocorreu com o Renascimento, foi que o comércio desenvolveu.

Aceita-se até, que o vinho seja, logicamente, anterior à própria escrita. Ainda que os cristãos, fundamentados no antigo testamento, apontem ter sido o exaltado NOÉ, como aquele que houvesse plantado o primeiro vinhedo. Em contrapartida aos gregos, que asseguram ser o vinho uma dádiva dos seus próprios deuses. Até porque, sua mitologia acreditava ser Dionísio o deus do vinho e da alegria.

No entanto, há outras histórias curiosas, como a dos persas, para os quais a história do vinho teria começo através das emoções de uma princesa que, com as suas decepções de vida, por ter visto distanciar-se o seu amor, que era o rei, gerou uma lenda fantástica. A lenda é que, tão abatida que ficou, decidiu pelo suicídio como a sua solução, o que buscou através daquele suco de uva “passado”. Ocorre que o efeito foi inverso, pois a princesa observou que o seu humor renascera, então, o que lhe proporcionou até a reconquista daquele amor que se lhe parecia impossível.

Uma outra crença é a dos cristãos que entendem que foi NOÉ quem produziu o primeiro vinho do mundo, o que se manifesta pela Bíblia, através do Antigo Testamento. Está no Gênesis a notícia de que NOÉ começou o cultivo da terra, tendo plantado uma vinha. Mas registros históricos contam-nos, também, que as primeiras vinhas teriam sido cultivadas na Idade da Pedra, por volta dos anos 8000 a.C.

Teria ocorrido no Cáucaso?

O que é verdade é que se reconhece serem as vinhas cultivadas na Geórgia, região do Cáucaso, tão distante, pois na Idade da Pedra, serem as mais antigas. Os que sustentam essa tese afirmam, ainda, de que teriam sido ali, pelo menos indícios, informações do primeiro plantio realmente programado pelo homem. Por consequência, a tese avança para supor ter ali nascido, também o vinho.

Mas a Grécia recebeu as uvas por volta dos anos 3.000 a.C, o que ocorreu via mercadores fenícios, tendo sido o vinho desenvolvido no país, do que se insinua ter sido tanto na mesma área econômica quanto na cultural. Verifica-se de que, ao contrário do que ocorria no Egito Antigo, a bebida era consumida por todas as classes de trabalhadores. Daí o vinho ter passado a ser ainda mais consumido e, por consequência, ter sido ainda mais cultivado.

Ocorre que os gregos sempre são considerados como alguns dos primeiros a enxergar na bebida alguma coisa muito além de uma produção artesanal.

Acentua-se que a importância do vinho na Grécia seria materializada na figura de Dionísio, mais conhecido como o deus das belas artes, do teatro e, também, do vinho. Mas também se informam que os gregos tinham o hábito de consumir o vinho com a água do mar.

Há os que afirma terem sido os primeiros registros do vinho encontrados no Egito. Esses documentos datam de 3.000 a 1.000 a.C. Ali já se tem notícias da forma como eram plantadas as parreiras, bem como identificam a prática da prensa com os pés, após a colheita, seguindo a fermentação até o armazenamento. Acentuam-se, até, que, enquanto os vinhos leves recebiam fermentação de alguns poucos dias, os mais alcoólicos passavam até semanas pelo processo.

O “cálice” na Santa Ceia”

Mas ainda aí está, até hoje, a religião católica que, com os seus cânones, sugerem terem as vinícolas afirmadas durante a IDADE MÉDIA. Fato é que a ascenção da Igreja Católica no século IV contribuiu decisivamente para a expansão do vinho, em virtude do ato da eucaristia, quando o vinho é exaltado como o exemplo do próprio sangue do Nosso Senhor Jesus Cristo. Momento em que o sacerdote, elevando o cálice, proclama, como tendo sido manifestação do próprio JESUS, durante a “Santa Ceia” com os apóstolos:

- “Bebei todos...”

- “...Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por mim e por todos, para a remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim!”.

A realidade é que são os povos romanos que, historicamente, são considerados, para o entendido como Velho Mundo, como os que conquistaram o prestígio no que concerne à produção do vinho. Já na tida como a era moderna, a expansão das rotas marítimas conduziram as ordens religiosas a fabricarem o vinho, chegando à sua comercialização, depois do uso nas cerimônias.

Ocorre que até no âmbito da medicina tinha-se, então, como verdadeiro o fato de que aquela bebida consistia em um vetor de propriedades curativas contra o que seriam doenças diversas.

A interferência da igreja católica na propagação do vinho, da mesma sorte, por exemplo, afirma-se no continente americano, porquanto, lá pelos idos do século XVI, mais notadamente no México, foi ali introduzido o seu uso, por conta, inclusive, da realização da eucaristia. A verdade, no entanto, é que, na Idade Média, o vinho já integrava as refeições. Pois que, tanto quanto, a própria cultura greco-romana o exaltou através da mitologia, entenda-se o deus Baco ou Dionísio, como do mesmo modo se encontra nas tumbas dos faraós egípcios, que é a civilização mais antiga da história da humanidade. (Carlos Casaes e Carla Maria)




Carlos Casaes

Jornalista

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