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Ciclovia Litorânea

  • Foto do escritor: Revista de Turismo PB
    Revista de Turismo PB
  • 4 de out. de 2023
  • 2 min de leitura

Uma ciclovia litorânea ligando a Praia do Seixas, em João Pessoa, à Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo seria uma obra engenhosa e admirável. Iria possibilitar o contato da população, e, sobretudo de turistas, com paisagens marinhas ensolaradas, brisas refrescantes, coqueirais sedutores, num itinerário suave e plano, ao longo de excelentes praias.

A ciclovia litorânea intermunicipal está quase pronta. Faltam trechos nos bairros do Jardim Oceania, Bessa, em João Pessoa; nas praias de Intermares, Poço, Camboinha, Areia Dourada, Formosa e Ponta do Matos, em Cabedelo.

A implantação de uma ciclovia litorânea intermunicipal não seria apenas positiva para o turismo. Ela é uma imposição legal. A Lei 12.587/2012 - que trata da mobilidade urbana - estabeleceu que os gestores devem dar absoluta prioridade ao transporte não motorizado (art. 6°). Trata-se de execução de acordos internacionais para melhoria do clima. Desde a ECO 92 esses tratados exigem um sistema de transporte mais salubre e menos poluente.

A perdurar a postura atual, seguiremos rumo ao que os urbanistas classificam como “cidade infernal”, um aglomerado urbano travado, congestionado, barulhento, com ar insalubre e poluído, com pessoas sedentárias e sujeitas às doenças.

As metrópoles brasileiras ao ocuparem 70 % da cidade para transportar apenas 20 % da população usando o automóvel, além de privatizarem o espaço público, inviabilizam a mobilidade urbana.

O Conselho Estadual do Meio Ambiente da Paraíba (Copam), nessa esteira, editou a deliberação n. 3294/2008 - de nossa iniciativa - recomendando medidas para tornar o sistema de transporte menos poluente, inclusive, priorizando o transporte não motorizado.

Faltam redes de ciclovias interligando os bairros na Capital. Nas cidades do interior, em especial Campina Grande, ocorre o mesmo.

Para ingressar na rota da inclusão social e da mobilidade urbana, as cidades brasileiras devem adotar a bicicleta como parte da solução do ir e vir das pessoas. Esta foi a conclusão unânime dos participantes do painel “Quais são os caminhos para a construção de cidades diversas, inclusivas e democráticas”, realizado recentemente em São Paulo.

As ciclovias são baratas e fáceis de construir e têm apelo turístico. Nas cidades tropicais as ciclovias devem ser arborizadas para que o pedal seja na sombra.

Todavia, é bom esclarecer que ninguém deseja que todos passem a andar de bicicleta. O objetivo é garantir o direito de escolha. Este só é garantido se o modal for bom, seguro e atinja, em conexão, o máximo de locais possíveis para que as pessoas se sintam motivadas a usar menos o automóvel.

Segundo a Organização Mundial da Saúde a falta de atividade física gerada por um sistema de transporte baseado exclusivamente no transporte motorizado contribui decisivamente para o aumento de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, doenças respiratórias e cânceres.





Valério Bronzeado

Jornalista - Febtur - Paraíba


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