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A PONTE DO ESTUÁRIO

  • Foto do escritor: Revista de Turismo PB
    Revista de Turismo PB
  • 28 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

Há um debate se a ponte sobre o Estuário do Rio Paraíba seria nas imediações da praia do Jacaré, desembocando na Ribeira ou a ponte seria do Bairro de Camalaú, em Cabedelo, passando pela Ilha da Restinga - também conhecida como Ilha Bela -, tendo como ponto final, Costinha, em Lucena.

Sou favorável a primeira proposta. No trecho de Jacaré até Livramento o estuário é estreito e raso. A ponte custaria menos. Seria mais fácil a sua construção. Já há uma estrada asfaltada ligando a BR 230 a Forte Velho, de onde uma pequena ponte daria acesso ao município de Lucena.

A opção pela ponte nas imediações de Jacaré ou Mata do Amém é mais racional. Além de interligar João Pessoa a Lucena, criaria um rápido atalho para as BRs 230 e 101 Norte, com acessos mais vantajosos, para Campina Grande, Sertão e Natal. Além disso, potenciaria o turismo no Litoral Norte. Quem a fizer entrará para a história.

A BR 230 é a principal avenida da Capital. Atravessa, de lado a lado, bairros importantes e está sobrecarregada, com tráfego intenso e engarrafamentos recorrentes. A construção dessa ponte iria desafogá-la. Há tempos a infraestrutura viária da grande João Pessoa está defasada em relação ao crescimento vertiginoso da frota veicular.

Construir a ponte a partir de o bairro de Camalaú, na cidade de Cabedelo, em direção a Costinha, seria inviável economicamente. O trecho a transpor é quase o triplo, gerando, ainda, problemas para o Porto de Cabedelo.

Impactos ambientais

Importante, todavia, mitigar os impactos ambientais. O obstáculo das águas formou uma barreira natural de proteção, ao longo dos séculos, contra a predação humana na parte poente da Foz do Rio Paraíba.

A ponte possibilitará uma intensa ocupação no lado oeste do estuário. Trará, todavia, junto com ela, a devastação da Ribeira, um recanto paradisíaco. Na Ribeira há densas porções de mata atlântica pontilhadas por nascentes de águas minerais que formam riachos a serpentear mangueiras, cajueiros, angelins, jequitibás e outras árvores seculares.

Como na época do descobrimento, o verde se espraia pela borda do estuário em direção a majestosos e imponentes taludes. Pássaros retinem ao longe cantos maviosos. A natureza, com sua força e biodiversidade intensa, reina na Ribeira - tanto na do meio, quanto na de baixo e de cima -, sem intervenção humana significativa.

Após a construção da ponte essa riqueza biológica, em pouco tempo, restará extinta. A especulação imobiliária passará a ditar o crescimento, removendo a exuberante natureza para dar lugar a construções, concretos, asfaltos, inclusive, espigões.

Seria uma insensatez não preservar esse local paradisíaco, um autêntico presente de Deus.

Como antídoto, por conseguinte, é recomendável a criação, antes da construção da ponte, de uma unidade de conservação capaz de proteger e conservar o lado oeste da Foz do Rio Paraíba. As futuras gerações iriam se beneficiar e agradeceriam.







Valério Bronzeado

Jornalista - Febtur - Paraíba

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