Ao alvorecer a luz possui tons avermelhados e suaves que realça a beleza da paisagem. Qualificada pelos fotógrafos como “hora dourada”, o amanhecer revela cenários admiráveis. É um apropriado momento para fotografar. A portabilidade do celular, com câmara de alta resolução, facilitou a prática da fotografia, um hobby que me seduz.
Na antemanhã, quando a maioria dorme, não há a agitação barulhenta nem os gases deletérios lançados pelos automóveis. Perdura a calmaria. Ouve-se, tão-só, o marulho sereno da fímbria do oceano, o sibilar do vento terral e o gorjeio de aves que adejam, acrobáticas e felizes, a saudar a primeira aparição da luz.
A luminosidade do alvorecer irradia-se a convidar os viventes para mais um dia. O silêncio da cidade estática, inunda-nos sensações de paz e de harmonia.
Costumo capturar durante a alvorada, com a câmara de meu celular, imagens de nossas praias, embora com risco de ser abordado por larápios, nestes tempos inseguros.
A angulação do Sol, rente ao horizonte, proporciona luzes com texturas macias que incidem diretamente sobre os objetos, diminuindo as deformações e sombras. A luz nessa hora realça aspectos sutis. O panorama revela-se nítido, saturado por cores com graduações e texturas quase perfeitas.
O gosto pela fotografia adveio de meu pai. Na década de 60, o repórter fotográfico José Medeiros, da revista O Cruzeiro, convenceu-o a adquirir uma câmara Rolleiflex. Com ela meu pai passou a fotografar nossa família, deixando um acervo fotográfico inestimável.
Desde os bancos universitários tomei conhecimento das pesquisas do Dr Kenneth Cooper e passei a praticar os exercícios aeróbicos por ele recomendados. Segundo o Dr Cooper os exercícios aeróbicos - que são aqueles que demandam grande quantidade de oxigênio - são importantes na prevenção de danos à saúde e na melhoria da qualidade de vida.
Participar da alvorada é algo surpreendente e benfazejo. Em passagem da Oração aos Moços, Ruy Barbosa descreve esse momento especial: “Quando se avizinha o volver da luz, muito antes que ela arraie a natureza, e ainda primeiro que alvoreça no firmamento, já rompeu na terra em cânticos a alvorada, já se orquestram de harmonias e melodias campos e selvas, já o galo, não o galo triste do luar dos sertões do nosso Catulo, mas o galo festivo das madrugadas, retine ao longe a estridência dos seus clarins, vibrantes de jubilosa alegria”.
Deus gratifica, conclui Ruy, aqueles que se antecipam e madrugam. O Senhor, como está nas Escrituras, indagou a Jó, após ouvir suas infelizes lamúrias: “onde estavas tu, Jó, quando te louvavam as estrelas da manhã?”
Valério Bronzeado
Jornalista - Febtur - Paraíba
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